sexta-feira, 6 de julho de 2012

Dar sangue

Dar sangue foi coisa que nunca me custou (confesso até que gosto, mas isso são outras histórias). Também já há muitos anos faço parte da base de dados de (potenciais) dadores de medula óssea. Nem cheguei a fazer uso da isenção de taxas moderadoras a que tinha direito (pensando bem, acho que fiz, uma vez).
Da primeira vez que dei sangue, ainda no secundário, estava um bocado nervosa. E acho que foi mais pelo nervoso que a caminho de casa tive de parar num centro comercial para ir molhar a cara, que estava um bocado tonta. Ou isso ou porque fui a pé e era uma subida um bocado íngreme, devia ter ido por outro caminho. Até nos dão lanche e tudo, às vezes quase que me obrigavam a encher a barriga de bolachas e sumos e leite e tudo o mais que lá houvesse, até me sentia um bocado mal. Das últimas vezes dei sangue foi no IPO, em Lisboa, por motivos pessoais. Depois tive de fazer um intervalo por causa de uma tatuagem, e, com muita pena minha, nos últimos 3 anos o meu nível de ferro/hemoglobina no sangue insiste em manter-se uns pontinhos abaixo do intervalo considerado recomendado, pelo que não me tem sido permitido doar sangue.

Dar sangue não faz de alguém um herói. Também não acho que seja propriamente um dever, cada um terá as suas razões para dar ou não dar. Mas quando vejo nas notícias que as reservas de sangue estão a diminuir cada vez mais, quero pensar que não é por já não haver direito a isenções de taxas ou por causa do custo de deslocação até ao posto de recolha que isto acontece... A dádiva, no meu entender, não devia visar um retorno além da sensação de poder ajudar alguém que precisa. E há tantos postos móveis e locais de recolha que em qualquer altura, a caminho de alguma coisa, se pode aproveitar para dar sangue (bom, pelo menos nas zonas urbanas). 

Também ouvi há tempos alguns rumores de que por vezes o sangue recolhido acaba por ser desperdiçado por mau armazenamento e coisas do estilo, não sei se teriam algum fundo de verdade, mas são acontecimentos que não me cabe a mim fiscalizar. A mim cabe-me esperar que haja fiscalização e que depois de doar sangue os procedimentos subsequentes sejam correctos.

Há outra coisa que ainda não percebi muito bem, a utilidade prática das associações de dadores de sangue, mas sobre isso hei-de investigar para ter uma opinião mais fundamentada.

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