quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Ibuprofeno

Sou pessoa para já ter feito umas queixinhas sobre isto aqui antes, mas não tenho a certeza e tenho preguiça de ir ver.

Desde há uns meses para cá, de cada vez que ia à farmácia e pedia ibuprofeno 400 mg ou 600 mg olhavam para mim como se fosse uma toxicodependente (no entanto andam a vender antibióticos sem receita aos amigos, que os tomam sem responsabilidade nenhuma). Não sei se mudou alguma coisa nas regras, mas passaram a dizer que só podiam vender sem receita os de 200 mg. A bem dizer, isto só aconteceu duas vezes, até porque eu não tomo ibuprofeno como quem come rebuçados. Da última vez que fui à farmácia já ia com o pé atrás. Caso me recusassem vender os de 400 mg, pensava eu já a presumir o rumo da coisa, tinha de arranjar maneira de dizer que essa regra de não vender os de 400 mg e 600 mg sem receita só servia para eles ganharem dinheiro, já que por matemática simples se eu comprar uma caixa de comprimidos de 200 mg e tomar 3 de seguida, vai dar ao mesmo que tomar um só comprimido de 600 mg (mais coisa menos coisa, não me meto nisso da 'cinética das substâncias', quem perceber que me explique se é tão linear assim), mas no entanto 3 caixas de comprimidos de 200 mg saem mais caras que uma caixa de comprimidos de 600 mg. Dessa vez lá me venderam uma caixa dos de 400 mg, com dois ou três avisos que era fortíssimo e etc e tal. Ora, não estou para ir ao médico que me receitou os de 600 mg só para lhe pedir isto. Bem que devia ir ao médico, por acaso, mas com a vidinha que levo não há meio. Lá para Maio do ano que vem, talvez.
Resumidamente, tenho um plano mensal de 3 dias: no primeiro tomo 2 comprimidos de 600 mg, no segundo 2 de 400 mg e no terceiro bastam 2 de 200 mg. Isto dava 12 comprimidos de 200 mg por mês, mas eu sou esquisita com os comprimidos, se puder tomar só 6 em vez de doze e sair-me mais barato a longo prazo, maravilha.

Isto tudo só para contar que hoje, como acontece todos os meses, me vi na necessidade de tomar um comprimidinho. O problema é que os deixei sossegados 'em Lisboa' (giro dizer isto quando se mora no Cacém e se está em Benavente). Aproveitei a hora de almoço para dar um salto a Benavente em busca de uma farmácia. Ena, aberta à hora de almoço, que bom. Preparei-me mentalmente para a história das dosagens (é picuinhice, eu sei, mas é daquelas coisas...) e resolvi fazer uma experiência:

Farmacêutica - Boa tarde.
Eu - Boa tarde, queria Ibuprofeno, sff, genérico.
Farmacêutica - Xarope ou comprimidos?
Eu: Comprimidos (com um ligeiro ar de wtf? xarope? hmm... se calhar até era boa ideia...)
(farmacêutica vira costas para lá para dentro sem me perguntar nada, e eu já a ver a história toda - vai-me dar uma caixa de 200 mg)
(farmacêutica volta com uma caixa grande de comprimidos de 600 mg, eu arregalo os olhos discretamente, pago, digo obrigada e vou-me embora)
(só ter a caixa de comprimidos na mão parece que aliviou momentaneamente as dores - o efeito psicológico é do diabo)

(estou a olhar para o texto e só vejo 200, 400 e 600 a dominar um post cujo título é o nome de um medicamento, mas que se lixe, é a minha veia 'chato-hipocondríaca')


Conclusão: estou indecisa se hei-de achar isto um bocado irresponsável se hei-de bater palmas. Compreendo os dois pontos de vista, mas no meu caso e sendo que não abuso, bato palmas.

Conclusão parte 2: se calhar tenho demasiadas conversas comigo mesma.

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