terça-feira, 25 de março de 2014

Há dias e dias

No outro dia fui beber café ao Porto Alto na minha hora de almoço e encontrei um conhecido (de trabalho, mas em todo caso uma cara conhecida, cumprimentámo-nos e tudo). Pensei cá para mim: "Ena pá, até já encontro conhecidos na rua, parece que finalmente me estou a integrar".

Não mais voltou a acontecer, continuo na mesma lengalenga de casa-trabalho-casa, eventualmente tenho de ir às compras, este fim de semana até fiquei cá para ir tratar de uns cabritos de um casal que ia passar o fim de semana fora. Não que esteja sempre enfiada em casa quando não trabalho, mas cá ando eu na minha solidão. Valem-me os gatos (a minha visão do futuro cada vez mais próxima).

Já não sei se prefiro ir a casa no fim de semana, sendo que ainda acabo por dormir menos do que se cá ficar. Tenho saudades de dormir até tarde. Fogão por limpar, é daquelas tarefas que ando a protelar indefinidamente. Cozinhar só para mim torna-se aborrecido, a vantagem é que não tendo muita vontade de comer já perdi alguns dos quilos que tinha a mais (e acabo por comer coisas mais saudáveis e tudo, que surpresa - tirando alturas em que desbasto um pacote de batatas fritas só porque me apetece).

A chatice (sorte?) é que uma pessoa habitua-se. Não devia. Depois é uma chatice para voltar a conviver com pessoas, conviver a sério, regularmente e porque se quer e não porque é o único dia (normalmente noite) em que se está livre e por aquelas bandas. Digam o que disserem, a distância importa. Não tanto para mim, diga-se de passagem, eu é que estou cá sozinha, se calhar tenho mais tempo para me preocupar com isso, mas já nem tanto, uma pessoa habitua-se...

A vida aqui não é má, eu é que a aproveito mal. Aproveito-me mal. E sei disso, só falta aquele impulso para fazer alguma coisa relativamente ao assunto. É como todas as manhãs ter 5 ou 6 (talvez até 7) alarmes para me levantar e ficar uma hora a ouvi-los e a desligá-los, até chegar ao limite e ter de me atirar para fora da cama e acabar por me atrasar não menos de 15 minutos a sair de casa (e consequentemente a chegar ao trabalho, a sorte é que ninguém normalmente dá conta/liga, e acabo por compensar na hora de almoço, já que raramente saio e como em 5-10 minutos). Aquela horinha na cama, naquele torpor (estupor), a divagar pelos pensamentos qual tortura masoquista...


Anda a faltar-me determinação. Não só, mas também ;)


Uma pessoa habitua-se.


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