Tenho ido trabalhar todos os dias, Dezembro é o mês em que fiz mais horas, Janeiro será talvez o mês em que saldo todas as dívidas que restam. E ter apanhado ontem dois ou três pormenores duma conversa que me deixou o resto do dia com um sorriso, tanto a nível profissional como pessoal... priceless.
Tendo dito que até para o ano não saía de casa a não ser para trabalhar, mantenho-me fiel à minha palavra. Tenho saído é todos os dias. Haja faltas e férias para cobrir! Venham turnos, até duplos, que bem preciso.
Pode ser bom e horrível ao mesmo tempo. Porque quando uma pessoa vê aquilo que gostava de ver e a partir daí constrói um sonho, por mais breve e self-indulgent que seja, há que o saber distinguir da realidade. E há que saber quando parar.
De não sair mais de casa por uns dias, a não ser que me chamem para ir trabalhar, só nesse caso é que largarei o sofá alegre e contente. Há vitualhas, séries e filmes que cheguem até 2013.
e aquele momento estranho em que no meio de tanta gente que se poderia interessar por mim (ou não), calha-me uma rapariga. Universo, a sério, o meu karma está assim tão negativo? Ou percebeste tudo ao contrário?
Alguém me fez lembrar disto hoje. É um filme de 1967, cujo título em português é "Por Favor Não Me Morda o Pescoço". e já perdi a conta a quantas vezes o vi, desde bem pequenina. Chego à conclusão que desde pequena via filmes que não eram propriamente para a minha idade, não sei quem me deixava ver ou se os via quando me apanhava sozinha... (um exemplo é o "Goodfellas" - "Tudo Bons Rapazes" em português)
É daqueles filmes que sempre gostei e dos quais sempre vou gostar, mesmo que já o tenha visto 1001 vezes e que já saiba as falas de cor. Também desde pequena tenho esta particularidade de gostar de repetir vezes sem conta as coisas que gosto...
Quando as pessoas exprimem emoções através da
força no arranque do seu automóvel. Já eu prefiro poupar combustível e
verbalizar a coisa (quanto mais não seja para mim própria).
Fecharem 30 pessoas durante quase hora e meia numa sala pequena no IEFP, onde, apesar de todas sentadas, é impossível respeitar o espaço individual do próximo. Adorei. Valha-nos a funcionária, simpática e eficaz a resolver as "falhas" do sistema.
Na parte da tarde, assinar a pilha de contratos em triplicado na empresa de trabalho temporário. Eram mais amigos do ambiente se me fizessem contratos mensais ao invés de diários, just sayin'...
Papéis, papéis e mais papéis.
Mas amanhã... amanhã tem tudo para correr bem. Tem tanto para correr bem que se ganham expectativas à volta de uma coisa absolutamente parva, para depois no final, com o meu jeitinho e a minha sorte, não correr como eu queria. Mas desde que não corra mal já não é mau.
Para mim bem se podia resumir a: frutos secos (salgados), um pouco de presunto, tâmaras com bacon, uns camarões cozidos (poucos, os suficientes para justificar fazer maionese e ficar com uma crise de vesícula) e queijo. E pão. Para duas pessoas é variado o suficiente para ficar uma semana a chá. Talvez haja um prato principal pelo meio, para enganar. Sobremesa só se a minha mãe fizer questão. Sofá e filmes bons. O Natal para mim é só isto, uma desculpa para poder abusar à grande.
... que não ia lavar a alma. Há coisa de um ano que não punha lá os pés. E que falta me fazia. Por mais que um motivo: pelo sítio, pelo carinho e sempre boa companhia dos amigos, pelos animais, pela paz, pelas lembranças. Soube-me pela vida. A Lezíria é um bom sítio para se (con)viver. Agora a ver se tiro a lama toda do carro em tempo útil...
Mesmo os que pensava que me iam agradar menos superaram todas as expectativas. Achei a minha nova fonte de lacticínios, desde queijo creme, a sour cream, a estas delícias (link).
Tenho passado o caminho para casa a descomprimir com a música que melhor descreve o meu humor. Se disser que hoje até dei uma volta maior para poder ouvir mais destas:
Está bem que eu sou um pouco esquisita nisto e tenho a tendência de alargar um pouco a noção de espaço pessoal/individual, mas é só a mim que me calha sempre alguém atrás na fila que não respeita esse limite? E invariavelmente sempre alguém com espirros, ou tosse.
Também não é preciso estar a 3 metros, mas tem de me tocar nas costas?
Se eu sinto a respiração dessa pessoa no meu pescoço, parece-me claro que segundo qualquer padrão ela está a invadir o meu espaço. Depois dou por mim a dar um passinho à frente ou ao lado mas a deixar um pé para trás, a ver se a pessoa entende. Claro que não entende. Normalmente pisa-me.
Quão melancólico é cada vez com mais certeza pensar que realmente mais vale estar quieta e sozinha?
Assim em tom de "mal menor", já que a probabilidade de ser feliz nesse campo é perto de zero, com toda a bagagem, todo o historial, mais dos outros do que meu, ainda por cima.
É que com tudo o que soube, vi, li, ouvi, senti, sinto alívio em ter parado no 2º falhanço e ter-se conseguido evitar um 3º. Acho que o estrago já foi suficiente, mas ainda um dia gostava de saber como é sentir que a outra pessoa é Aquela pessoa, e sentir reciprocidade (sim, dar E receber, uma vez na vida que seja, não pode ser tudo tão desequilibrado, tão unilateral, nisso já acumulei montes de "bom karma").
Talvez já tenha insensibilizado mais do que queria, ou então continuo a tapar o sol com a peneira. Mas vejo o sofrimento de outros e não quero nem por nada voltar a sentir aquilo. Eu sei, ninguém quer, o problema é mesmo começar a deixar de acreditar, e não me queria conformar desse modo, não me queria resignar. Sinto aqui qualquer coisa a apagar-se lentamente, mas a este ritmo ainda há-de demorar uns anos a extinguir-se. Será melhor? Será verdade? Ou resta sempre alguma coisa, qual ervilha debaixo da pilha de colchões?
Entretanto, é uma espécie de moinha. Mais vale?
Não posso dizer que se durma bem, mas dorme-se melhor com uma moinha que com uma dor aguda, isso é que é verdade. E parece que já passa da hora. Boa noite e bom fim de semana, que para mim amanhã é segunda e vai ser uma semana mais comprida (haja turnos para fazer, ao menos!).
mas se para onde quer que me vire vejo a palavra Instagram é porque têm todos smartphones/tablets, certo?
É uma amálgama de sentimentos.
O conceito atrai, mas por preços daqueles só com boas condições monetárias.
Eainda me seria muito supérfluo, era-me mais útil ("útil", porque seria sempre para lazer) uma máquina fotográfica.
E não me dou bem com touchscreen, nem com teclados muito pequeninos tipo qwerty (clumsy fingers).
E parece que é uma febre, tira-me logo metade da vontade.
Mas tem coisas com piada.
Mas há coisas mais interessantes de se fazer com o tempo livre. Cozinhar, bricolage e ver séries esparramada no sofá não estarão no topo dessa lista, mas tenta-se fazer o que se pode com o que se tem.
Pronto, já chega, já passa da hora de almoço e eu aqui.
Para fechar este assunto, estava agora a ler este artigo no Público e nem sem bem definir a minha opinião (sobre o dito artigo). Por um lado, faz lembrar um bocado o Correio da Manhã; por outro lado, quem costuma ir às manifs já sabe que os estivadores aquecem sempre os ânimos, podem ter sido alguns estivadores, podem ter sido outros que não têm nada a ver. A mim não me interessam as profissões, interessam-me as acções, as atitudes.. Vamos dissecar mais a fundo quem fez o quê? Não vejo grande utilidade nisso.
Sempre tive algum receio pela minha integridade física, desde pequena. Felizmente, e com alguma sorte, nunca fui alvo de violência.
Quando era pequena levei umas bordoadas de colher de pau, em duas situações distintas. Por acaso foram bem merecidas, mas nada que me marcasse negativamente.
Quando adolescente, sempre que ia a Lisboa (normalmente à Baixa) tinha a sensação constante que alguém me ia esfaquear pelas costas (paranóias... enfim). Diga-se de passagem que não é que não estivesse habituada à selva urbana, já que sempre vivi numa das terras com mais má fama da linha de Sintra. Nunca me fizeram mal em Lisboa, assim como na minha terra, onde o máximo que me aconteceu foi uma tentativa de assalto a um amigo quando vínhamos os dois a descer as escadas para ir para as aulas (tentativa falhada, tiveram pena porque eu era rapariga...) e um assalto à minha casa, em que o assaltante (acho que sei quem foi - um drogado cá da zona, mas nunca tive certeza) entrou pela janela da cozinha, foi à sala levar-me a televisão e o vídeo e ainda teve o cuidado de limpar a terra que espalhou ao entrar, porque quando chegámos a casa estava um montinho de terra ao pé da janela e um pano da loiça ao lado. Havia vantagens de ter uma casa de droga na rua perpendicular à nossa, eles só recorriam às casas da zona em último recurso.
Já crescidinha, lembro-me de dois episódios de quase-violência: um nas festividades dos Santos Populares, em Lisboa, na zona da Sé. Muita gente, eu e amigas a virmos embora, metidas na multidão que descia a rua, Passo lento, claro. Paciência. De repente ouço uma comoção algures atrás de mim, e tudo se passou em câmara lenta. Viro-me para trás para ver o que era, começo a ver a polícia de choque (na verdade, eram cerca de 7 em linha a descer a rua em passo acelerado, chocando - daí o nome - com tudo o que se lhes aparecesse à frente). O que é que eu fiz? Nada. Paralisei. Se não fosse uma das minhas amigas dar-me um puxão e arrastar-me para fora dali tinha levado com eles. Esta tendência para paralisar e ver tudo em câmara lenta face ao perigo confirmou-se noutra ocasião, em que fui com uma amiga minha buscar uma pizza para o almoço, para comermos na faculdade, porque havia uma promoção qualquer especialíssima. A pizzaria mais próxima era quase em Belém, ao pé de uma escola, se não me engano, da Casa Pia. Num momento estávamos na enorme fila (ou espécie de fila porque se assemelhava a um amontoado de adolescentes) sendo que nós as duas e duas professoras éramos as pessoas mais velhas do sítio; no momento a seguir, um vira-se para trás e dá um murro noutro que supostamente lhe estava a tentar passar à frente. Mais uma vez, no meio de adolescentes enfurecidos, funcionários a fugir para a cozinha, cadeiras a voar, tive de ser puxada para o fundo da sala para não levar com tudo em cima. Podia ter sido puxada para a saída, caso o polícia que lá estava de plantão não tivesse fechado a porta enquanto chamava reforços. Era um ter uma faca ou uma arma e queria ver... não, por acaso não queria nada. Nesse dia vi o Michael Jackson sair da escola. Não, era só um miúdo que podia perfeitamente ser um sósia do Michael Jackson, roupa, chapéu, meias, sapatos e cabelo incluídos.
Numa das primeiras manifestações deste "ciclo", saí da zona da assembleia literalmente momentos antes de começar a confusão. Tivesse sido como nesta última, e tinha sido caçada pelas ruas. Tenho tido sorte. Há quem não possa dizer o mesmo, infelizmente. Se tenho algum medo de ir à próxima? Algum, não significativamente mais do que antes, penso eu. Nunca me senti bem em multidões, aflige-me, mas não vou deixar de ir por isso.
Acabo de ver escrito por uma rapariga que conheço um comentário que dizia:
"quando se vai para uma manifestação vai-se desafiar a autoridade, estavam à espera de quê??só lá estava quem queria... quem anda à chuva molha-se..."
Epá... a sério?
É que hoje também li que
"Portugal não é um país comunista nem quer caminhar para o comunismo!"
A sério que todos os que vão às manifestações são comunistas (esses diabos!) e têm como objectivo desafiar a autoridade? (bom, num certo sentido até vão lá para "desafiar a autoridade", mas o sentido dado à coisa era pura e simplesmente arranjar briga)
É por merdas destas que nunca gostei nem vou gostar de generalizações. Tenham cuidado, sim? Qualquer dia podem ser alvo de uma generalização do estilo e podem não gostar.
Tomo-os por honestos, até prova em contrário. São pontos de vista, acredito que haja dos mais variados. Que fique
claro que é da minha opinião que há vítimas dos dois lados, e que infelizmente
uns acabam por pagar pelos outros (válido tanto para manifestantes pacíficos
como para polícias que apesar de levarem com calhaus em cima não abusam da
força). Deixo-vos aqui alguns relatos que me foram chegando à vista:
"Para que não vinguem as mentiras da Administração
Internas aqui têm o meu relato do que realmente se passou em frente à
assembleia.
Sim, é verdade que cerca de 20 a 30 pessoas passaram mais de
uma hora a atirar petardos, pedras e garrafas à polícia. Por essa razão, os
outros 99% de CIDADÃOS PACÍFICOS mantiveram a devida distância, para nem serem
confundidos nem fazerem parte da acção de alguns animais. A certa altura, as
pessoas perceberam que algo se estava a passar. Demasiadas movimentações de
polícia na Assembleia demasiado organizadas.
Cá em baixo, numa das laterais um grupo de polícia à paisana
abandona rapidamente a manifestação. Mais tarde, as televisões diriam que as
pessoas foram avisadas para dispersar. Cá de baixo, posso-vos dar uma certeza,
nenhuma pessoa com uma audição normal ouviu um único aviso.
A polícia disparou cerca de 4 a 6 petardos pela manifestação
e carregou. Como estávamos todos bem afastados, os CIDADÃOS PACÍFICOS não
fugiram. Mas quando vi um pai a fugir com o filho no colo e a levar bastonadas
percebi que quem estava atrás das viseiras já não eram pessoas.
Fugimos, mas por mais rápidos que tentássemos ser, eram
pessoas a mais para conseguirem ser mais rápidas que a polícia. Felizmente não
recebi carga, infelizmente porque atrás de mim tinha um escudo humano a tentar
fugir. Ao meu lado, um senhor tentava fugir com a mulher de cerca de 50 anos,
que chorava com a cara cheia de sangue. Não, esta senhora não levou com pedras
dos manifestantes. Esta senhora estava cá atrás. Esta senhora levou com um
cassetete.
Fugimos para uma rua afastada, onde pensávamos estar todos
seguros e mostrar à polícia que não queríamos estar na confusão, nós os
CIDADÃOS PACÍFICOS. Nada nos valeu, pois a polícia perseguiu as pessoas pelas
várias ruas em redor da Assembleia, carregando em todos. O que me safou foi uma
porta aberta de um prédio, onde me refugiei com mais 8 CIDADÃOS, incluindo jornalistas
da Lusa. O que lá fora se passava era incrível. Uma senhora de idade que
chegava a casa tentava entrar no seu prédio mas a polícia gritava-lhe para que
descesse a rua.
Só mais de 30 minutos depois conseguimos sair e o que mais
me impressionou foi a quantidade de sangue que havia pelos passeios, bem longe
da Assembleia.
NÃO ACREDITEM EM MENTIRAS. ERA POSSÍVEL NÃO TER PERSEGUIDO
CIDADÃOS PACÍFICOS QUE FUGIAM POR RUAS AFASTADAS MAIS DE 200 METROS DA
ASSEMBLEIA.
Mesmo quando estava “barricado” no prédio, mesmo com a porta
fechada tive, pela primeira vez, muito medo da polícia.
O que sinto agora não é nem raiva, nem revolta. É um
vergonha enorme e uma imensa e profunda TRISTEZA.
É assim que se tira a vontade ao povo civilizado de se
manifestar. Tira-se-lhe a esperança."
"ATENÇÃO!
Há cerca de 120 detidos no Tribunal de Monsanto. O Tribunal
de Monsanto está desactivado. Os detidos estão, ao que parece, em celas e
impedidos de contactar com os seus advogados. O Comandante responsável não fala
com os advogados.
A maior parte dos detidos foi apanhada nas imediações do
Cais do Sodré de forma COMPLETAMENTE ALEATÓRIA. Alguns nem sequer tinham estado
na manifestação desta tarde!"
"Se tudo se resumia a 15 profissionais da violência, porque raio de razão foram detidas mais de 30 pessoas, sem direito a falar com um advogado e apareceram nos hospitais, nomeadamente em Santa Maria, mais de 100 feridos?"