quarta-feira, 11 de abril de 2012

Introspecção... again

Ontem foi um dia... menos bom. Digo menos bom e não mau porque felizmente tenho saúde, tenho um tecto, não me falta comida. Por coisas desse tipo não me sinto no direito de dizer que tive um dia mau, sinto-me agradecida pelo que tenho.

Mas sinto-me mal. E a culpa é minha. Possuo várias características que me tornam mais vulnerável à decepção e, sabendo disso, caio sempre no mesmo erro (bom, não no mesmo, mas numa das suas infinitas variantes): deixo-me levar cedo demais e sem dar conta. Claro que o resultado não é agradável.

Diz-se que "gato escaldado da água fria tem medo". A minha vida, no que toca a relacionamentos, não tem tido bons exemplos. Também não tenho sido muito felizarda nesse campo. Mas continuo a acreditar, e invariavelmente a cair no mesmo erro. Será caso para aparvalhar: o gato pode ter medo, mas continua a ter de beber água.

E às vezes o gato, por beber só quando a sede aperta, engasga-se.

E dói. É sinal de vida, verdade, mas é desagradável, e tudo o que é demais enjoa. Eu cá sou pelo equilíbrio. Um bocado de bom, que sabe bem, um bocadinho de mau, porque não se pode fugir a isso e porque acaba por não se esquecer o valor que o bom tem. E o karma, se existe, estaria a meu favor. Ou então tenho mau karma acumulado de há 3 vidas para cá.

Resta-me analisar quanto deste comportamento é estupidez, inaptidão, azar ou trauma. Porque gostava mesmo de saber, porque tentar mudar com base empírica não tem resultado. Preciso de um bocado de ciência, quanto mais não seja para abordar o problema de outra forma.

Era tudo mais fácil se pudesse desligar essa parte de mim (a afectiva) como se houvesse aqui algures um interruptor. Mas ao mesmo tempo não gostava de deixar de sentir. E isto tudo, isto de pensar demais nas coisas, dá cabo de mim. E o maior problema disto tudo é que não só dá cabo de mim como extravasa para o outro lado, e o outro lado não tem culpa que eu seja maluquinha...

"Então não penses demasiado nas coisas". Não dá... Enquanto não arranjar algo que me consuma, algo em que me consiga concentrar, que me dê gosto, que me faça descansar a parte afectiva da mente, não dá. E se por acaso conseguisse perder um bocado a sensibilidade, depois se/quando vier A oportunidade não a ia aproveitar a 100%, também não quero.

"Então aguenta-te à bronca". E aguento, que remédio. Mas depois há dias como o de ontem. Mas hoje será melhor.

Até à próxima queda, uma pessoa distrai-se. Quem sabe, pode ser que me distraia de tal maneira que quando me deixar levar outra vez não haja queda...

7 comentários:

POC disse...

Quedas damos todos. Temos é que nos levantar com estilo.

Unknown disse...

Caro POC, uns nascem com mais estilo que outros...

Vic disse...

Hás-de te levantar sempre. E com estilo, que é coisa que não te falta. Ou não terias nível para falares das coisas menos boas da tua vida da forma assertiva como o fazes. :)

Unknown disse...

Vic, obrigada :)

Que continuem a vir boas notícias para ti (e uma praia cheia de sol também) ;)

POC disse...

@TR, o estilo com que se nasce não é o estilo que ganhamos pela vida.
E aqui referia-me ao estilo que tens a erguer-te.

Foca-te :) Estilo já o tens, agora aplica-o.

Rainha ST disse...

Mas para nos erguermos de vez, temos de cair muitas vezes, é como as crianças quando começam a andar, até que um dia caímos muito de vez em quando e ainda nos rimos desses momentos :)

Unknown disse...

@POC: Há dias desfocados mesmo :) mas é lá um de vez em quando, depois passa.

@Rainha ST: :) literais ou não, as quedas vão deixando cicatrizes. Mas tens razão.

Caramba, por falar nisso, deixei de andar de bicicleta desde a última vez que caí (já lá vão uns anos, tal foi a coisa). Já me consigo rir da situação. Um dia destes pego na bicicleta outra vez!