O Tito é um dos meus primos, o mais novo, 5 meses mais novo que eu.
Por volta dos meus 3 anos, uma das memórias mais antigas que tenho, o marido da minha tia pegou nela e nos 4 filhos e foram para a Austrália. A partir daí, fomos mantendo o contacto através de cartas e fotografias, uma caixinha com presentes, quando o rei fazia anos. Só quando já éramos grandinhos é que houve a oportunidade de eles nos virem visitar a Portugal, porque a viagem é grande e pesada financeiramente.
Dos 4 só vieram 3, em alturas distintas. O mais velho resolveu que não queria voltar, acho que tinha um certo receio de querer ficar, isso e ser Jeová e ter lá as suas responsabilidades.
Como o meu primo tem mais ou menos a mesma idade que eu, lembro-me com mais pormenor das visitas dele. Seja pela idade ou pelas coisas que ele às vezes me fazia...
Uma das vezes estávamos no sofá a ver televisão, deitados cada um para o seu lado até que resolvemos coçar os pés um ao outro. Adaptámos o princípio de "uma mão lava a outra" para "uma mão coça o pé do outro". Só aconteceu dessa vez. Porquê? Porque o menino Tito quis brincar ao "vamos estalar os dedos dos pés". Fiquei dois meses com o 2º dedo do pé direito inchado e dorido. Já ele tinha voltado para a Austrália e ainda me doía o dedo. Obrigada Tito, ainda hoje me dói o dedo quando muda o tempo.
Noutra das suas visitas, além de partir 2 frascos de perfume à minha mãe e de lhe desaparecer com umas pulseiras, resolveu brincar às cuspidelas. Estávamos os dois à janela na conversa quando ele começa a treinar variados tipos de cuspidela, em variadas direcções. Mesmo à miúdo (era isso e traques). Não sei como é que ele conseguiu fazer aquilo, visto que eu estava directamente ao lado dele, aí a um braço de distância. Claro que me acertou. Nojento. Nesse mesmo ano resolveu experimentar apertar-me o antebraço de forma a testar a maleabilidade dos meus ossos. Conseguiu juntar o rádio ao cúbito. Fiquei uns dias com o antebraço a latejar, mas sem sequelas.
Numa das mais recentes viagens ao país natal (corria o ano de 2001), tinha eu feito recentemente a minha primeira tatuagem, a qual lhe mostrei orgulhosamente. Ele não acreditou. Ele teve de testar a veracidade da tatuagem com as suas próprias unhas. A tatuagem ainda não estava completamente sarada. Ouch.
Os anos passaram e o Tito tornou-se um homenzinho, sinistro diria eu, mas não deixa de ser meu primo. Veio cá o ano passado, e queria ir sair à noite. Ora, sair à noite (pelo menos como ele queria, ir para uma discoteca, pum tch pum tch pum a noite inteira, conhecer pessoas - vulgo gajas) nunca foi muito a minha onda, sempre preferi sítios onde se possa conversar, sentar, estar à vontade, com música ao meu gosto, beber uns copos e quem sabe até petiscar qualquer coisa. Deixo-vos aqui umas pérolas que ele tem no facebook, para perceberem o porquê de eu não querer ir sair à noite com o Tito, querido priminho que é um bacano, mas que... enfim... ainda por cima anda com a mania das boinas e dos chapéus, que lhe ficam a matar, e digo isto com toda a ironia possível.
Bom, passando à frente, claro que não tive cara de lhe negar uma saídazinha. Arrastei uma amiga minha (desculpa A.L., eu fazia o mesmo por ti, tu sabes) e lá fomos nós, com ideias de ir à Kapital (brrrr). Esforcei-me para apagar essa noite da minha memória, só sei que passámos por vários sítios, mas como era véspera dos santos populares estava tudo às moscas. Lá acabámos na Kapital, pouca gente, pouca vontade de dançar (ele não, ainda queria ir dar um show de dança lá no meio - medo). Antes de ir para casa ainda fomos comer qualquer coisa, e cheguei à cama com a sensação de ter perdido umas valentes horas de sono praticamente em vão. Ao menos que estivesse cheio de gente, que ele se perdesse lá pelo meio, que se tivesse divertido imenso, mas coitado também foi embora com a sensação de ter sido um flop. Como eu estava em estágio, não ia ter mais oportunidades de sair com ele (ufa), mas disse-lhe logo para desafiar os primos e primas que ele tem cá do lado do pai e acho que se safou.
Pelo menos da última vez que cá esteve não me aleijou, estou para ver o que me calha na próxima visita.
2 comentários:
Se tivesse um primo assim, sempre que ele me viesse visitar accionava um seguro de vida saídas com ele, só tenho uma palavra: medo!
Lol!!! Estou a ver que o teu primo é um tipo muito dado a carinhos. Se fosse a ti, fazia o que a RST te aconselha:)
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